Já assisti o especial várias vezes. Tenho muitas lembranças boas dos encontros ali propostos. Embora, estivesse certo que o Erasmo merecia muito mais que uma participação em Amigo (é, aquela mesma do "amigo de fé irmão camarada") ou que RC poderia ser menos cruzeiro, menos produto, menos global. Mesmo evitando comparações não há como ignorar um Erasmo mais musical, com mais coisas a dizer e ainda o sinônimo de lucro que se tornou o rei. (lançará, pela bandeira credicard, um cartão de créditro com seu nome, conforme noticiou Ancelmo Gois em O globo).
Prefiro sua fase rebelde e ingênua à sua versão Frank Sinatra tupiniquim, sem experimentalismos, fórmula pronta e segura, sem arriscar.
Porém, devo admitir que não há artista mais representativo que este capixaba, filho de Cachoeiro do Itapemirim - quisera eu elevar a tão alto esplendor o nome de minha saudosa cidade de Uruçuca . Suas músicas expressam na medida certa todas as emoções . Sua vida de perdas irreparáveis e repetidas reviravoltas assemelha-se, sem estardalhaços ou sensacionalismo, às desse povo. Poucos intérpretes gozam de tamanho carisma, em todas as classes, sem que tenham antes de assimilar a carapuça cool (em todos os sentidos que essa palavra agrega) para este ou aquele grupo social.
Roberto Carlos e seu modo de vida reservado consegue dignificar as celebridades, em tempos de total banalização deste termo em que se enquadra qualquer um que apareça na chamada mídia.
Emoções, por exemplo, não é mais que a justificativa daqueles que admitem erros, passam por dificuldades, sofrem por amores, sentem saudades e ainda assim conseguem enxergar o ganho de tal empreitada que é a vida (o importante é que emoções eu vivi). Isto é RC!
Desse modo, acredito agora que seus fãs não se sentem decepcionados. São orgulhosos,isto sim, de terem como ídolo (que palavra forte!) um cantor de destacada envergadura no cenário histórico da verdadeira música popular brasileira.
Vida longa.
em homenagem a Roberval
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